Vivemos em um tempo solene, tempo em que é feita a última grande Expiação no céu. Jesus, o nosso Sumo Sacerdote, está oferecendo os méritos do Seu sangue expiatório em favor de cada pecador arrependido. E para que tal obra tenha efeito em nossas vidas, Jesus nos enviou a promessa do Espírito Santo. Através dessa série, buscaremos compreender qual é a Obra do Espírito Santo em nossas vidas e ver o quanto carecemos desta Obra, pois é através dela que nosso caráter será aperfeiçoado até a conformidade com o do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
O Espírito Santo convence do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8), nos levando a sentir a real necessidade do poder transformador do evangelho em nossas vidas, o que é essencial, visto que o cumprimento do mistério de Deus, que “estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos… isto é CRISTO EM VÓS, a esperança da glória” (Colossenses 1:26-27). Entendendo que “o Evangelho é o Poder de Deus” (Romanos 1:16) e que a “Palavra da Cruz” também é o poder de Deus (I Coríntios 1:8), concluímos que o Evangelho é a revelação de Jesus Cristo e a este crucificado. Sendo assim, quando no princípio falamos que o Espírito Santo prometido nos convenceria da necessidade do real poder transformador do Evangelho, este poder só será encontrado na revelação da PALAVRA DA CRUZ, se tornando esta palavra o grande alvo da Obra do Espírito de Deus em nossas vidas.
Sabemos que tudo que se encontra registrado na Bíblia, foi escrito para nosso proveito e ensino, nós os que vivemos no tempo do fim (I Coríntios 10:11). São figuras e símbolos para nos dar esclarecimento a fim de entendermos a Palavra de Deus. Assim quando lemos a respeito da nona praga que caiu sobre o Egito, podemos tirar muitos ensinamentos. Temos, portanto, no livro de Êxodo o seguinte relato: “Então, disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão para o céu, e virão trevas sobre a terra do Egito, trevas que se apalpem. E Moisés estendeu sua mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias. Não viu um ao outro, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações.” (Êxo.10:21-23). Enquanto as densas trevas pairavam sobre o Egito, que na Bíblia é símbolo de pecado ou de mundanismo, (pois era a terra na qual o povo de Deus estava em escravidão e o Senhor Jesus nos ensina que “todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” [João 8:34]), nas casas do povo de Deus havia luz. Os egípcios estiveram em contato com o povo que mantinha o conhecimento do Deus vivo, criador do céu e da terra, por mais de quatrocentos anos e não reconheceram o Deus de Israel, a quem serviam, mas os fizeram escravos, subjugando-os, oprimindo e condenando à morte os filhos dos israelitas do sexo masculino. Neles se cumpriu o que disse o apóstolo Paulo “…não receberam o amor da verdade para se salvarem. E, por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam a mentira, para que sejam julgados, todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniqüidade (ou prática do pecado)” (2 Tess. 2:10-12). Nesses últimos dias a história se repete. O mundo tem sido coberto por densas trevas espirituais: prostituição, vaidade, glutonaria, idolatria, homossexualismo e tantos outros pecados têm feito com que o mundo esteja “mergulhado” em uma apostasia terrível que está pouco a pouco entrando até mesmo nas diversas denominações religiosas. Nesse mesmo tempo, Deus conserva um pequeno grupo de pessoas para o qual ele concede a Luz reveladora de Jesus Cristoem Sua Palavra; um grupo que em meio às trevas tem Luz em suas habitações. A pergunta que faríamos agora é a seguinte: seria essa Luz suficiente para a minha salvação?
Antes de cair a décima praga sobre o Egito, Deus havia mostrado como o povo poderia ser liberto da morte que o anjo destruidor traria em cada casa que não estivesse devidamente com o sinal: o sangue do cordeiro nas ombreiras e na verga das casas em que o comeram. (Êxo.12:7) “Disse mais Moisés: Assim o Senhor tem dito: À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito;”(Êxo.11:4). É interessante observar que o anjo destruidor não olha a casa que tinha luz, mas o sinal; o sangue do cordeiro, que foi morto e comido pelos que estavam na casa onde o sangue foi aplicado nas portas. Jesus falou sobre a necessidade de comer a carne e beber o sangue do Filho do Homem, para termos vida (João.6:53-56). No presente século, precisamos entender da mesma forma que a Luz que temos recebido, não nos salvará se não aplicarmos o sinal de proteção, o sangue do cordeiro que por meio da Obra do Espírito Santo deve ser aplicado em nossas vidas para que possamos ser aprovados no dia do juízo. A Luz é de suma importância, quando na mesma proporção em que recebemos a luz procuramos aplicá-la em nossas vidas, do contrário, só servirá para nossa própria condenação.
A luz acesa, o anjo que passa a meia noite, nos remetem à parábola das 10 virgens contada por Jesus, estas que traziam lâmpadas acesas e que saíram ao encontro do esposo. Somado a estes detalhes temos a recomendação do apóstolo Paulo “E digo isto, conhecendo o tempo, que é já a hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz. Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nemem contendas. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.”( Rom.13:11-14). O dia a que se refere o apóstolo Paulo é o termo “yoma”, que se refere ao dia do juízo, ou também como vemos em Apo19:7 se refere às bodas.
Por tudo que vimos até aqui, cabe-nos estudar a parábola das dez virgens, com apenas um último detalhe. Esta parábola foi proferida por Jesus dentro do contexto do sermão profético de Mateus 24.
A Bíblia, originalmente não foi dividida em capítulos ou versículos, então, quando estudamos o contexto do sermão profético de Jesus registrado em Mateus, observamos que o começo da conversa de Jesus era uma repreensão dEle à hipocrisia dos escribas e fariseus no capítulo 23: “Assim, vós mesmos testificai que sois filhos dos que mataram os profetas. Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossa sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade, para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado na terra, desde o sangue de Abel, o justo até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração.”(Mat.23:31-36). Isto é observado também por se referir à geração que viveria e veria os sinais e os acontecimentos finais relatados exatamente no capítulo seqüencial. “Aprendei, pois, esta parábola da figueira; quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo quenão passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam”. (Mat.24:32-34).
A geração que contemplar os sinais dados por Jesus: Guerras, rumores de guerras, fomes, pestes e terremotos em vários lugares, falsos Cristos etc. (Mat.24:5-11) é a mesma referida por Ele em Mateus vinte e três, de líderes hipócritas e raça de víboras.
Para podermos avançar, é importante notarmos que no capítulo vinte e quatro Jesus faz referencia a presente situação do mudo; já, no próximo capítulo, embora seja este uma continuação do sermão proferido em Mateus vinte e quatro no monte das Oliveiras, Jesus faria um alerta especifico agora para a condição da igreja (através da Parábola das dez virgens) que estaria vivendo logo antes da vinda do juízo, culminando com o fim do tempo de graça para a igreja de Cristo, que ocorre antes da segunda vinda de Jesus para buscar a Sua igreja na terra: “Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai. E como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.”( Mat.24:36-39). A volta de Jesus será visível a todos, pois “virá com as nuvens e todo olho O verá” (Apo. 1:7). Por isso concluímos que não se trata aqui de Sua segunda vinda, mas do final do período de graça, e por isso o chamado a vigilância: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis.” (Mat.24:42-44) E em Marcos 3:27 Jesus afirma que “Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não manietar o valente; e, então, roubará a sua casa.” Aqui fica uma advertência aos homens, a quem o Senhor constituiu como sacerdotes de suas casas, para que zelem da espiritualidade daqueles que lhes foram confiados, para que não sejam tragados pelo inimigo das almas enquanto os pais se ocupam com as coisas deste mundo, para o sustento dos seus…
O sermão profético continua fazendo uma pergunta para nossa reflexão sobre quem é o servo fiel e prudente que o Senhor constituiu sobre sua casa, para dar o sustento ao seu tempo e finalmente declara benção sobre os fiéis e sentencia os infiéis, dizendo que a sorte desses será juntamente com a dos hipócritas (Mateus 24:45-51).
Na continuação do sermão profético o Senhor apresenta a parábola das dez virgens, agora no capítulo vinte e cinco de Mateus.
“Então o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. E cinco delas eram prudentes, e cinco eram loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E tardando o esposo, tosquenejaram todas e adormeceram. Mas, à meia noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro! Então todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja o caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes aos que o vendem e comprai-o para vós. E tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos a porta! E ele respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir.”( Mat.25:1-13). Ainda que pareça algo lógico, contudo é importante frisarmos que as virgens não era a noiva, mas faziam parte do cortejo nupcial escolhido pela noiva para acompanhar o noivo até ao encontro da noiva na casa dela, onde se dariam as bodas.
O casamento aqui citado é ao estilo oriental, ocorrem a noite; o noivo deixa sua casa paterna e vai ao encontro da noiva. No caminho ele encontra com os convidados que o esperam com lâmpadas acesas para iluminar o caminho e seguem com o noivo pelo caminho iluminado até a casa da noiva. Ao chegar o séquito, na casa da noiva, entram o noivo e os convidados para a celebração das bodas. Nesta parábola, as dez virgens escolhidas pela noiva são uma representação dos precursores de Cristo que primeiramente professam uma “fé pura”, por isso são chamados de virgens; também como João Batista, a sua missão é iluminar, preparar as pessoas e conduzi-las à Cristo, o Noivo. Assim como as virgens, também nós, saímos de nossas casas (denominações) para nos aprontarmos e conduzir outras pessoas e a nós mesmos para as bodas (juízo) e o encontro com Jesus (o noivo). As convidadas são virgens, como em Apocalipse 14:4, porque também não se macularam com mulheres (igrejas). Diz a parábola que as virgens traziam lâmpadas nas mãos e a Palavra do Senhor nos mostra o significado: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para o meu caminho.” (Sal.119:105). Todas possuíam lâmpadas (Bíblia) com azeite (Espírito Santo) quando saíram ao encontro do noivo, apenas cinco, porém, possuíam azeite reserva. E por essa razão a Bíblia diz que cinco eram prudentes e cinco eram néscias, ou loucas. Apesar de todas as dez virgens saírem com as lâmpadas acesas, saírem anunciando a Palavra do Senhor, cinco delas não fizeram provisões do Espírito Santo para uma possível tardança do esposo. Não acumulavam experiências de fé e confiança em Deus, não receberam batismo diário do Espírito, que é a promessa mais importante feita na Palavra do Senhor. Pregavam sobre o Cordeiro, Defendiam a mensagem, aceitaram o chamado de Jesus e saíram a evangelizar (em Apocalipse 21:23 Jesus, o Cordeiro, é chamado de lâmpada; a lâmpada que iluminará a Cidade Santa, a Nova Jerusalém), mas não tinham uma experiência particular como veremos na sequencia.
São dez virgens porque o número dez representa a totalidade. Mas cinco delas ouviram a Palavra, gostavam de estar na companhia daqueles que pregavam a mensagem, porém não praticaram seus ensinamentos e conselhos: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, e correram os rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.”(Mat.7:24-27).
Embora apenas cinco das dez virgens não obtivesse o azeite reserva, a mesma parábola nos mostra que todas as dez dormiram (Mateus 25:5). Todo o povo de Deus está dormindo, e vale lembrarmos do texto inicial que lemos em Romanos 13:11 “E digo isto, conhecendo o tempo, que é já a hora de despertarmos do sono”. Aos que assim como o apóstolo Paulo são conhecedores do tempo, ele dirige a admoestação: “JÁ É HORA DE DESPERTARMOS DO SONO”. A sonolência deve ser enfrentada com luta, devemos resistir a ela, pois a Palavra de Deus nos mostra que é quando os servos de Deus dormem que o diabo semeia o joio no meio do trigo (Mateus 13:25). A estes cabe o conselho de Paulo “Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te entre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos e espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graças por tudo a nosso bom Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus”.( Efé.5:14-21). Este conselho é bem apropriado, pois, como vimos, segundo a parábola pela demora do noivo, todas as virgens adormeceram. E a grande ênfase que damos a este estudo é exatamente a que foi dado pelo apóstolo Paulo no versículo lido acima: “MAS ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO SANTO”.
“No momento da crise é que o caráter é revelado. Quando a voz ardorosa proclamou a meia-noite: “Aí vem o esposo, saí ao encontro”, e as virgens adormecidas ergueram-se de sua sonolência, foi visto quem fizera apreparação para o evento. Ambos os grupos foram pegos de surpresa; porém, um estava preparado para a emergência, e o outro não. Assim agora uma calamidade repentina e imprevista, alguma coisa que põe a alma face a face com a morte, mostrará se há fé real nas promessas de Deus. Mostrará se a alma é sustida pela graça. A grande prova final virá no fim do tempo da graça, quando será tarde demais para se suprirem as necessidades da alma”.
“As dez virgens estão esperando na noite da historia deste mundo. Todas dizem ser cristãs. Todas têm uma vocação, um nome, uma lâmpada, e todas pretendem fazer a obra de Deus. Todas aguardam, aparentemente, a volta de Jesus Cristo. Cinco, porém, estão desprevenidas. Cinco serão encontradas surpreendidas, aterrorizadas, fora do recinto do banquete”. (Parábolas de Jesus, 412 – EGW – Casa Publicadora Brasileira).
A Bíblia nos adverte muito quanto à sonolência: “Não esteja entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão cairão em pobreza; e a sonolência faz trazer as vestes rotas.”(Prov.23:20 e 21 ). Precisamos pedir o Espírito e estar em condição de receber o cumprimento desta promessa. “Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam”(Mat.25:8). A graça de Deus tem sido oferecida livremente a toda alma. Tem sido proclamada a mensagem do evangelho: “Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida” (Apo.22:17). Todavia, o caráter não é transferível. Ninguém pode crer por outro. Ninguém pode receber o Espírito por outro. Ninguém pode dar a outrem o caráter que é o fruto da operação do Espírito. Chegará um tempo em que as virgens loucas verão suas lâmpadas se apagando e pedirão oração, mas conforme nos é dito em Ezequiel14:20 “ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela [terra], vivo Eu, diz o Senhor Jeová, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam as suas próprias almas pela sua justiça.” A oração neste momento é inútil, pois o tempo de preparo foi negligenciado, é tarde demais… “Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta.”(Mat.25:9 e 10) O juízo já está se findando para aquelas virgens e elas não estão prontas, o decreto que proíbe comprar e vender está em pleno vigor e as virgens loucas estão a comprar, elas não receberam o selo de Deus , a consolidação das verdades de Deus no coração… Quando voltam, a porta está fechada. E como num clamor de desespero chamam: “ Senhor, Senhor, abre-nos a porta! E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que não vos conheço.”(Mat.25:11 e 12 ). Tristes palavras, o Senhor não reconhece aquelas virgens…
“As palavras mais tristes que caíram em ouvidos mortais são aquelas da sentença: “Não vos conheço.”Unicamente a comunhão do Espírito que você desprezou poderia uni-lo à hoste jubilosa que estará no banquete das bodas. Você não poderá participar dessa cena. Sua luz incidiria sobre olhos cegos, e sua melodia em ouvidos surdos. Seu amor e alegria não fariam soar de júbilo corda alguma do coração entorpecido pelo mundo. Você é excluído do Céu por sua própria inaptidão para a sua companhia”.
“Sem o Espírito de Deus, de nada vale o conhecimento da Palavra. A teoria da verdade não acompanhada do Espírito Santo, não pode vivificar a alma, nem santificar o coração. Pode estar-se familiarizado com os mandamentos e promessas da Bíblia, mas se o Espírito de Deus não introduzir a verdade no íntimo, o caráter não será transformado. Sem a iluminação do Espírito os homens não estarão aptos para distinguir a verdade do erro, e serão presa das tentações sutis de Satanás”.
“A classe representada pelas virgens loucas não é hipócrita. Têm consideração pela verdade, advogaram-na, são atraídos aos que crêem na verdade, mas não se entregaram à operação do Espírito Santo. Não caíram sobre a rocha, que é Cristo Jesus, e não permitiram que sua velha natureza fosse quebrantada. Essa classe é representada, também, pelos ouvintes comparados ao pedregal. Recebem a Palavra prontamente; porém, deixam de assimilar os seus princípios. Sua influência não permanece neles. O Espírito trabalha no coração do homem de acordo com o seu desejo e consentimento, nele implantando natureza nova; mas a classe representada pelas virgens loucas contentou-se com uma obra superficial. Não conhecem a Deus. Não estudaram seu caráter, não tiveram comunhão com ele; por isso não sabem confiar, como ver e viver. Seu serviço para Deus degenera em formalidades. “Eles vêm a Ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de Ti como Meu povo, ouvem as Tuas palavras, mas não as põe por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza.”(Eze.33:31). O apóstolo Paulo assinala que este será o característico especial dos que vivem justamente antes da segunda vinda de Cristo. Diz: “Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos… mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.”(2 Tim.3:1-5). Vivemos neste tempo, e precisamos olhar para Jesus e viver”. (Parábolas de Jesus, 411 – EGW – Casa Publicadora Brasileira).
Uma última análise que fazemos da parábola e que nos mostra o tempo crítico e decisório que vivemos, se dá em um comparativo entre o que ocorreu com os Israelitas do passado no episódio relatado com Êxodo 32 e a parábola que viemos estudando: “Mas vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão e disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós… e fez dele um bezerro fundido (Êxo. 32:1-5). É importante notarmos que por conta da tardança de Moisés, o povo usou isso como desculpa para pedir que se fizesse um ídolo para ser adorado. O bezerro de ouro, ou touro, conforme nos confirmam as enciclopédias históricas referente à culta dos povos antigos, era erguido pelos pagãos como representação de adoração e culto prestado ao deus sol. A história se repetirá. Segundo o que vimos até aqui demonstrado pela parábola das dez virgens, hoje o povo que professa crer no advento de Jesus está dormindo e dorme exatamente por conta da tardança do noivo. Assim como na história de Êxodo trinta e dois, por conta da tardança o povo caiu em idolatria e trocou a adoração ao Deus verdadeiro pela adoração ao deus sol, nesses últimos dias, no tempo em que as virgens dormem, veremos o povo erguer novamente o deus sol como objeto de culto. Hoje não mais através de um bezerro, mas através de um dia, que é aceito pela grande maioria como dia de descanso – o Domingo – em inglês vemos uma representação perfeita do que vimos na história do bezerro de ouro. Em inglês, Domingo se escreve da seguinte forma: SUNDAY (SUN = SOL / DAY = DIA / SUNDAY = DIA DO SOL). Quando o descanso dominical obrigatório for instituído como Lei Constitucional, quando o povo clamar para que o decreto dominical seja estabelecido, é o sinal de que as bodas já começaram e aqueles que estavam apercebidos e fizeram provisões com a porção dobrada do Espírito Santo, o azeite essencial, entrarão para as bodas. Tenho eu convicção de que o Espírito de Deus é uma realidade em minha vida? Posso estar seguro de que tenho procurado abastecer-me do “azeite reserva”?
Oremos para que a graça de Cristo ainda presente encontre resposta em nós e que busquemos conhecer o caráter de Deus, a cada dia clamando para que Seu caráter seja reproduzido em nós dia a dia sendo preenchidos com o maravilhoso, e o mais precioso dom celestial que é o derramamento do Espírito Santo de Deus! Amém.
Que Deus te abençoe! Ass: Pr.Teologo Marcos Augusto Silva